segunda-feira, 26 de julho de 2010

Viver o momento

Quando perdemos a paz e nos sentimos esgotados, costumamos perder a ligação com o momento presente e a ficarmos paralisado e presos a emoções negativas. Nestes momentos podemos focar no instante chamado agora e simplesmente perceber que a demanda imediata não é tão ruim assim, como estamos pensando ou exagerando mesmo.

Os medos, as cobranças internas que fazemos a nós mesmos, o perfeccionismo, a competição e a rivalidade, os aborrecimentos que provocam raiva e até mesmo os vazios de tristeza são como emoções superficiais que nos desviam da fonte interior de força e equilíbrio que dispomos.

Se vivemos adianto o auto-encontro chega o momento de crise-convite, para o que precisa de atenção imediata. É o momento de parar, rever pensamentos, planos e comportamentos que não mais estão sendo suficientes para preencher a vida com o prazer a criatividade e a realização.

Essa busca interior com a ajuda de todas as práticas espirituais consegue a reconexão do que estava perdido ou alienado: a sintonia com o nosso Eu-Deus interior.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nossas Expectativas

Um tema de importância nas relações humanas e que muitas vezes explica os distúrbios e desentendimento entre as pessoas é o das nossas expectativas que lançamos sobre as pessoas que convivemos ou passamos a nos relacionar.

Muitas vezes, tendemos a construir uma imagem sobre quem é e como é uma pessoa e a partir daí nos relacionamos com este “ser idealizado” por nossa mente, geralmente estando convictos de que ele vai agir de acordo com o que esperamos.

Essa forma neurótica e dependente de se relacionar cria um problema que aguarda o momento exato de surgir. É que surge o momento das provações, quando somos experimentados na arte do testemunho, das aquisições necessárias da fé e da confiança em Deus, nosso Pai.

Nesses momentos, estamos certos que contaremos com o apoio incondicional do amigo ou amiga, contaremos com a sua atenção e muitas vezes com a sua presença. Quando não há uma correspondência e a pessoa se comporta aquém do que esperamos então nos decepcionamos nos sentimos traídos e geralmente nos afastamos do convívio desapontados.

Dentro do evangelho vamos encontrar a figura de Judas. Ele tinha a expectativa de que Jesus fosse um Messias diferente. Que libertasse o povo do domínio romano, que fosse forte contra as injustiças. Acontece que o método messiânico de Jesus era outro, seu Reino não era desse mundo, pelo menos ainda não era.

A historia de Judas é conhecida; se sentindo traído, foi traidor, se sentindo culpado, cometeu suicídio. Pedro também traiu, quando prometeu que mesmo que todos abandonassem Jesus ele não abandonaria. Ele contava com as suas próprias intenções egóicas que fazem frágeis promessas. A diferença entre Pedro e Judas foi que Pedro acreditou no perdão de Deus.

Assim precisamos também estar atentos quanto estas expectativas que lançamos sobre os companheiros de viagem. Vamos respeitar cada um como é e vamos aprender o que significa liberdade!

sábado, 1 de maio de 2010

Deus Nosso Pai

Todos nós temos uma imagem sobre como é Deus. Quer seja um Deus bondoso e protetor, que releva as nossas falhas, quer seja um Deus severo e crítico, que nos condena, todos os crentes nos relacionamos com a imagem de Deus que criamos. As culturas também têm as suas concepções de Deus. A cultura Judaica, por exemplo, apresenta um Deus severo e guerreiro, capaz de punir por várias gerações aqueles que o desobedecem. Acreditava-se, inclusive, que era Ele quem “mandava” algumas pragas para castigar os povos.

Jesus, entretanto, qualificou Deus de misericordioso e justo, ao mesmo tempo, apresentando-nos um Deus Pai. Jesus o nomeava com a palavra hebraica Abba (paizinho ou papai), uma forma carinhosa de tratá-lo, como uma criança chama o próprio pai. Esta é uma concepção revolucionária demais para a cultura judaica da época. Ingênua demais, íntima demais para ser aceita pelos doutores da lei de então. A palavra Abba aparece diversas vezes no evangelho, sempre no contexto de uma relação pessoal e íntima de Jesus com Deus, como por exemplo: “Abba graças te dou por ter revelado essas coisas ao simples e pequeninos e as escondido dos poderosos” ou “Abba nosso que está nos céus” ou “Abba em tuas mãos eu te entrego o meu espírito”.

Essa nova conceituação de um Deus de Amor e de Perdão era de difícil aceitação para os religiosos da época de Jesus, que se sentiam privilegiados e de certa forma salvos por seguirem os mandamentos da lei mosaica, por cumprirem as orações ritualísticas, por darem esmola e jejuarem. As benesses divinas não podiam ser assim tão gratuitas.

Hoje, ainda, há quem desconheça este Deus misericordioso e bom e que se interessa por nossa felicidade profunda. Por desconhecimento ainda do Pai que Jesus nos apresentou, prendem-se ao Deus de quem seríamos a imagem e a semelhança – ou seja, um Deus ainda humanizado, vulnerável e com nossas imperfeições.

E não só pelos seus ensinamentos (como na parábola do filho pródigo, onde o pai aguarda e depois recebe o filho de forma calorosa), como também pelo testemunho de toda a sua vida, quando se doou ao serviço do próximo por amor e ainda assim foi traído, Jesus, preso político, torturado e morto, mostrou-nos esse Pai capaz de perdoar: “Abba, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”.