quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reflexão sobre as Críticas

Reflexão sobre as Críticas

Examinai tudo. Retendo o bem.
Paulo 1 Tess 5,21

Interessante o papel de alguns confrades do movimento espírita que fazem críticas aos novos livros mediúnicos e ao trabalho dos médiuns, críticas que podem ser sinceras, mas pouco cuidadosas e até mesmo descaridosas.
Parece mesmo que existe uma resistência ao novo - o que não se justifica numa doutrina de revelação progressiva. Penso que se uma pessoa está muito convicta dos seus princípios doutrinários, a coluna vertebral dos seus conhecimentos, não deve haver receio algum de analisar as novas obras, inclusive com a possibilidade de questionar os pontos que não concordar sem com isso necessitar fazer polêmicas, apologia a “médiuns consagrados” e desmerecimento do esforço dos médiuns novos.
Seria o caso de se perguntarem: “Estaria eu dando uma contribuição ao movimento mais do que os autores espirituais no campo dos estudos? E na atividade social, estaria eu comprometido com tarefas do bem, levando alimento aos necessitados, por exemplo, mais do que as obras sustentadas pela equipe na qual o tarefeiro-médium criticado?”
Vamos, então, criar um novo index de livros proibidos dentro da doutrina? Quais serão as autoridades oficiais para elaborar a lista dos médiuns proibidos e qual a penalidade para os grupos que resolverem estudar suas obras?
Enquanto isso, envolvidos nestas questões, vamos adiando o processo de autodescobrimento e autotransformação, trabalho muito mais valioso para o espírito encarnado que carece de tempo para estudo e dedicação maior às práticas espirituais.
O buscador da verdade poderia se perguntar: “Se um texto está me incomodando tanto qual seria a razão? Preocupação com o desvirtuamento do movimento espírita ou porque os seus conteúdos ativaram algo no meu inconsciente e eu preciso urgentemente rejeitar ou negar os seus conteúdos?”
Precisamos repensar as nossas críticas. Será que não estamos muito apegados aos nossos pontos de vista? Será que estamos praticando a tolerância, inclusive com os que pensam diferente mesmo dentro da doutrina? Eis o momento para refletir.

Fábio Pires Vasconcelos