Diante de um fenômeno, como uma patologia ou sofrimento psíquico, uma depressão por exemplo, os indivíduos tendem a interpretar ou entender as causas determinantes de acordo com o seu ângulo de visão. Isto significa no mínimo uma redução da verdade completa a um fragmento de verdade, como se uma mesa, por exemplo, fosse uma só perna da mesa. Vamos citar alguns exemplos:
Sociologismo - Seria a tendência de alguns filósofos ou sociólogos a verem os fatores econômicos, demográficos, as condições de vida, do meio ambiente e de trabalho, como os principais causadores do adoecimento. Na prática, a depressão pode ter sido precipitada pelo desemprego, por dívidas ou estresse no ambiente de trabalho.
Biologismo - Médicos, pesquisadores biomédicos e biólogos, sustentam as causas biológicas, fisiopatológicas para as doenças. A depressão representa uma redução da disponibilidade de neurotransmissores nas fendas sinápticas e o tratamento químico com agentes antidepressivos que atuam no sistema de receptores celulares. Podemos incluir as causas genéticas e hormonais.
Psicologismo - Psicólogos ou psicanalistas podem tender a enxergar apenas o ângulo emocional ou afetivo do problema, e assim a depressão teria origem em conflitos não resolvidos no inconsciente, nas frustrações, nas perdas ou nos rompimentos afetivos. A depressão pode ter surgido após a morte de um ente querido ou após uma separação conjugal.
Espiritogismo - Termo que propomos para a tendência que existe nos espíritas de enxergar a causa da doença em problemas espirituais. O religioso em geral costuma entender a depressão como falta de Deus ou ausência de oração, ação de satanás ou por não frequentar o templo. No espiritismo, em particular, seria a tendência de diagnosticar a doença como uma obsessão espiritual ou um problema mediúnico emergente. O atendente fraterno, portanto, precisa observar o paciente com um todo e fazer o encaminhamento correto para o tratamento adequado, que pode ser uma integração entre a medicina, a psicologia e o tratamento espiritual quando o caso assim exigir.
Vemos que todas as áreas citadas - da ciência, da filosofia como da religião - contêm verdades inquestionáveis, todavia elas não dão conta de explicar integralmente os fatos. Existe espaço para outros "gismos", que apontam para outras verdades parciais e que não devem ser desconsiderados. O ideal seria, portanto, uma teoria que integrasse todas as áreas de conhecimento humano.
Boa noite Dr.Fabio!
ResponderExcluirO senhor sitou vários (Ex) Qual o correto Na sua visão de psiquiatra?
Yemar Piancó